Alloha dobra crescimento e projeta faturar R$ 1,4bi

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A Alloha Fibra, provedora de banda larga do grupo de private equity EB Capital, encerrou o primeiro semestre do ano com receita de R$ 670 milhões. O crescimento foi 135% acima de igual período de 2021, disse Alexandre Moshe, diretor-presidente do grupo Alloha. A projeção da receita líquida é de alcançar R$ 1,4 bilhão no encerramento de 2022, com alta de 29% sobre o ano anterior.

Resultado de nove aquisições, a maioria em 2021, a Alloha tornou-se a terceira maior provedora de fibra óptica no país, atrás só de Vivo, marca da Telefônica Brasil, e Oi.

Com 1,3 milhão de clientes residenciais e 3,7 mil no atacado (pequenos provedores, grandes operadoras, empresas e governo), a Alloha conta com o novo mercado de5G para interligar as torres das operadoras com fibra.

Moshe disse que 2022 será um ano de crescimento totalmente operacional, masque no quarto trimestre retoma o plano de aquisições porque o estágio de integração dos negócios está mais avançado que em 2021. As compras de provedores regionais seguem em 2023 e 2024, e os alvos já foram escolhidos, segundo o executivo.

Os investimentos em aquisição e expansão da empresa até 2021 somaram R$ 1,5bilhão. Mais R$ 750 milhões estão previstos para 2022, sendo que metade do valor já está comprometida. O objetivo é aplicar tudo este ano, afirma Moshe. Apesar da integração das empresas adquiridas, o grupo mantém ativas as nove marcas e polos comerciais regionais distribuídos pelo país. “Acredito muito no olhar local, as oportunidades estão em estarmos próximos”, disse o executivo. “A beleza do negócio é olhar as oportunidades de forma granular.”

Com presença regional forte, a estratégia da Alloha para expansão da rede é a valiar os ativos disponíveis em diversas áreas. Depois, é feito o cálculo da distância entre esses alvos – previamente demarcados – e as redes da Alloha. Com base nisso, o executivo decide o que é melhor, comprar ou construir novo trecho de rede.
No ano passado, a receita total da empresa alcançou R$ 955 milhões, próxima da meta de R$ 1 bilhão prevista inicialmente. Em 2022, a receita segue em alta.

No primeiro semestre, o número de casas com fibra passando na porta dobrou para7 milhões. Com cerca de 1,3 milhão de clientes, a empresa tem ainda um grande potencial de consumidores já com infraestrutura disponível para conquistar. Sua rede de fibra chega até a residência (FTTH, na sigla em inglês). São 110 mil km de backbone (rede de transporte) com cobertura em cerca de 600 municípios, considerando clientes residenciais e empresariais. A infraestrutura para o mercado residencial chega a 270 municípios.
Dos 42,8 milhões de acessos fixos de banda larga no Brasil, 67% (28,7 milhões) são por fibra, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A Vivo lidera esse ranking, com mais de 5 milhões de acessos, seguida por Oi (3,9 milhões) e Alloha.

Somadas, as operadoras de pequeno porte e provedores regionais respondem por cerca de 16 milhões dos acessos à internet por fibra. Moshe estima que a fibra passará a representar 90% da infraestrutura instalada no país, nos próximos anos.

A Alloha já avançou na integração das empresas que comprou desde 2018, mas ainda trabalha na uniformização de vários processos dessas unidades. O grupo manteve os funcionários dos provedores adquiridos, que somam 6,5 mil pessoas, porque esses negócios estão em áreas que não se sobrepõem. Mas isso não impede o ganho de sinergias, com melhores práticas dos canais de vendas e aquisições de clientes, disse o executivo. As vendas portam a porta e por canais digitais representam de 20% a 35% do total da companhia.

A Alloha atua em regiões periféricas onde as grandes operadoras, que antes não tinham foco, agora começam a entrar. Ao aproveitar o movimento de consolidação no mercado de provedores, a própria companhia vai crescendo, obtendo maior capacidade de investimento e competição, disse Moshe.

“Confio muito no modelo regional, que está muito próximo do mercado e dá um termômetro de para onde ir”, afirmou. Para exemplificar, disse que são as unidades regionais que ditam o tipo de divulgação dos serviços. No Nordeste, em vez de usar outdoors, a publicidade é por meio de pintura nos muros das casas, colocação de adesivos em galões de água, com preços dos planos de serviços, e acordos com influenciadores locais.

“Quando vamos expandir, temos cuidado para entender a região. Aumentou a competição e vamos com criatividade. O entregador regional sai com mochila com oferta. É marketing de guerrilha”, disse, referindo-se às parcerias locais em vez de nacionais. “O segredo é manter pessoas das empresas que compramos.”

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